Anotações…

Há por vezes na ‘vida’ experiências reveladoras de como a linguagem (no sentido psicológico e mental do termo) nos pode ‘trair’, e até confundir num diálogo com alguém mais próximo. De facto, os limiares, ou limites, da linguagem-instrumento são tão finos, e desde logo, imperceptíveis, que intuitivamente (no sentido fenomenológico e transcendental do termo) acabamos por nos dar conta de que reduzimos a ‘coisa’ (o substractum do que nos move interiormente e inspira) a objecto, logo ao esvaziamento da sua ‘luz’ (no sentido agustiniano) e do seu poder revelador de sentido(s), fundamentais para a existência de cada um. Não existindo o diálogo (no sentido narrativo), resta um manancial de não-ditos que ficam por dizer, de silêncio(s) que ficam por quebrar e os consequentes mal-entendidos que ficam por desfazer, e/ou interpretar.

Vale sempre a pena desconstruir e reinterpretar sob nova(s) luz(es) tudo aquilo que damos por adquirido….até o amor e a amizade.

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